Artigo: A nova-nova ordem mundial

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Por: Luís Bassoli*

A história está sendo escrita, mas a mídia ocidental, especialmente a brasileira, parece não compreender as mudanças na geopolítica mundial.

Os fatos são avassaladores e, mais cedo do que os empresários da comunicação tupiniquim, ligados aos interesses das corporações norte-americanas, possam aceitar, a realidade da nova ordem mundial se imporá.

Vamos à reflexão:

O fim da 2.ª Guerra foi simbolizada na Conferência de Yalta, em 1945, no balneário da Crimeia, território soviético.

Os presidentes Fra Roosevelt (EUA) e Stalin (URSS) e o primeiro-ministro do Reino Unido, Churchill, repartitam as zonas de influência do Oeste e do Leste.

40 anos depois, o presidente da China, Xi Jinping, se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, para selar uma relação “sem limites” entre as duas nações, que ditará os rumos da história pelos próximos séculos.

A aliança versa sobre defesa, economia e mercados, e incluirá as relações com os parceiros dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e investimentos na África, Ásia e América do Sul.

A partir de 2024, se juntarão aos BRICS: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia.

Com os novos membros, o PIB por paridade de poder de compra do bloco será de 37% do PIB mundial e 46% da população do planeta.

Até pouco tempo atrás, era impensável a inclusão de Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos na mesma organização. Porém, com a gestão da China e da Rússia, e a providencial intermediação do Brasil, as antigas tensões foram superadas.

Origem dos Brics

Em 2001, o analista da empresa norte-americana Goldman Sachs, Jim O’Neil, criou o termo BRIC para se referir, em tom um tanto jocoso, aos países de economia emergente

Pois esses países resolveram se reunir formalmente, em 2006, na Assembleia Geral da ONU; em 2009, houve a primeira cúpula oficial, na Rússia; em 2011, a África do Sul se juntou ao grupo, renomeado de BRICS.

Em 2014, foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento – NBD (em inglês, New Development Bank), com sede em Xangai (China), com capital inicial de 100 bilhões de dólares, para financiar projetos de interesse comum; em 2023, a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, é indicada presidente do banco.

Brics Plus

Além de Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia, outros países deverão se integrar ao grupo nos próximos anos, entre eles Argélia, Indonésia, Nigéria e Bangladesh, que já solicitaram a inclusão ao bloco.

Um novo cenário nas relações internacionais se iniciou.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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